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            São mais de 7,7 bilhões – 7.700.000.000 – de seres humanos que vivem atualmente no planeta Terra e muitos de nós não têm a noção do que isso representa, mas acreditem que é uma quantidade gigantesca. Quando vemos o estádio do Maracanã lotado nos surpreende o volume de gente, contudo é somente 0,001% da população mundial. Seriam necessários quase 100 mil estádios iguais ao Maracanã para abrigar todo esse contingente.


            Segundo o relatório publicado em 2019 pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 30 anos (2050), o mundo abrigará 9,7 bilhões de pessoas e quase 11 bilhões no ano 2100, portanto seriam necessários mais 40.000 Maracanãs.


            Os casais estão tendo menos filhos e já apontam países que vivem a redução populacional, mas acompanhamos um crescimento populacional que deixam a todos felizes e preocupados. Contentes, porque as pessoas vivem mais e, com preocupação, pelo mesmo motivo. É desejo de a humanidade viver mais, porém, quanto mais? O que fazer para que sejam momentos de alegria?


            Todas essas informações me deixaram pensativo e em 2019, período que escrevia o terceiro livro, decidi indagar as pessoas próximas se era desejo delas viver muito mais. Perguntei para 74 indivíduos se tomariam um remédio que garantisse sua vida por mais 500 anos, com a saúde atual.


            No rol dos entrevistados, de ambos os sexos, profissões diversas, teve crianças de sete anos de idade até adultos com 82 anos, sendo que 66% responderam que não tomariam o remédio, pois era tempo demais. Apenas 33% afirmaram com segurança que gostariam de viver por mais 500 anos e 1% não soube ou não quis responder.


            Três respostas chamaram a minha atenção: primeiramente de duas crianças (sete e nove anos de idade), as quais afirmaram que não tomariam o remédio. Surpreendeu-me, pois acreditava que todas as crianças gostariam de viver para sempre. Será que elas estariam depressivas, ou não sabiam o que diziam, ou, ainda, já tinham noção do tempo?


            A segunda foi a resposta de uma senhora de oitenta e dois anos que me olhou pensativa e disse: “não, filho, está bom assim”. Podemos pensar que se trata de uma pessoa infeliz e mal sucedida, que já entregou os pontos, mas, aparentemente, não parecia com estas características.


            Por fim, o terceiro feedback foi de uma moça de 25 anos de idade, isto é, vivencia um período do qual os mais velhos falam com saudade. Ela disse que tomaria, desde que houvesse a garantia de uma renda que não a obrigasse trabalhar por mais 500 anos. Os mais velhos e seus pais e avós viveram numa época de muito labor e era manifestado que “o trabalho dignifica o homem”. Porém, na atualidade, já não é do mesmo jeito e entendo que isso não desvaloriza em nada os contemporâneos, uma vez que a vida deve ser vivida com equilíbrio (trabalho, espiritualidade, lazer, saúde, relacionamentos etc.).


            O que esses bilhões de pessoas, crescente a cada ano, e que se hospedarão por muito mais tempo neste planeta, farão para se sentirem úteis e não desejosos de por um fim em tudo? Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório que aponta para 800 mil mortes por anos, devido a suicídio, ou seja, uma pessoa a cada 40 segundos resolve por o fim nos seus projetos.


            Bilhões de vidas certamente encontrarão o caminho da felicidade para justificar os cem, quinhentos ou mais anos que desfrutarão deste universo maravilhoso e o amor é o ingrediente que fará a diferença.

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